A verdadeira amizade - Pe. Fábio de Melo

Estou acostumada sim, com essa vida meio cigana, isso faz com que eu aprenda a administrar melhor meus sentimentos, de saudades, de reencontros, de despedidas...Mas é claro que tem dias em que bate uma saudade, de amigos, de familiares, de instantes, de lugares, momentos em que o coração fica pequeno. E isso é involuntário, quando você menos espera já se pega com esse aperto no peito...

É aí que entra o bálsamo, quando percebemos a generosidade de Deus, pois aonde vamos fazemos amigos maravilhosos e aqui não tem sido diferente, como já falei antes. Eles chegam e nos tiram dessa nostalgia, ou melhor, fazem com que possamos sentir a saudade com um sorriso nos lábios, aumentando o espaço no coração...

Hoje meu coração sorriu de felicidade ao reencontrar através do Orkut, a filha adolescente de uma amiga de quem eu havia perdido o contato há 4 anos, e que durante todo esse tempo eu havia tentado reencontrar em vão. O nome dela é Francimara, e ela foi um desses anjos da guarda, que entrou em minha vida assim que casei, ou seja em um momento muito feliz de minha vida, quando eu morava em Carajás, sul do Pará. Jeitinho meigo, muito generosa e com uma família linda, o marido Walber e os filhos Williara e Willow, eles logo passaram a fazer parte de nossa vida, pois era admirável como lutavam com tantas dificuldades e conseguiram educar tão bem seus filhos, que tinham o caráter e o coração puro dos pais. Vivemos muitos momentos lindos, e ela sempre ao meu lado. Quando descobri a gravidez ela chorou junto comigo, fazíamos planos para quando o bebê nascesse... Mas com o diagnóstico do Cancer, e tendo que sair de Carajás deixando tudo para trás, a France, como a chamávamos, me fez muita falta...Ela chorou muito, lembro ainda de sua tristeza no momento de despedida, um misto de alegria e sofrimento, pois nós deixamos tudo o que tinhamos na casa de presente para eles, que estavam terminando de construir a sua casa própria, um sonho idealizado por muitos anos...Ainda nos falamos algumas vez, depois que Miguel nasceu voltei lá, tiramos fotos juntos e depois, com as mudanças, perdemos o contato, apesar de eu tê-la procurado muito, mas sempre orava para que estivessem bem, nunca os esquecemos.

Hoje com a alegria logo veio um susto e uma tristeza imensa, no título do Orkut de Williara estava escrito "Luto eterno por Willow". Mandei uma mensagem pedindo que enviem urgente um telefone, para sabermos o que aconteceu. Mas mesmo sem que tenhamos recebido essa mensagem ainda, já sofro e muito, imaginando o quanto minha amiga amada, muito companheira, estaria sofrendo. Queria muito ouvir que me enganei, mas tenho quase certeza de que ela passa por uma das piores dores do mundo: a perda de um filho e eu aqui, tão distante, sem poder abraçá-la, pois creio que é o mínimo que posso fazer.
Assisti a essa maravilhosa palestra do Pe. Fabio de Melo, e lembrei, que a coisa que eu mais gostaria de dizer a France e também a todos os meus amigos espalhados pelos quatro cantos do mundo, é só isso:

 Estou aqui,viu?!